A avaliação da capacidade do país de se tornar um exportador da tecnologia do biocombustível foi feita por representantes do governo e de grandes empresas
A indústria brasileira possui todas as condições para ser a principal exportadora de tecnologia para produção de biocombustível em escala mundial. Esse foi o cenário avaliado por representantes dos governos do Brasil e da Índia e dois executivos dos segmentos de produção e consumo brasileiros, durante o webinar “Como potencializar o uso de bioenergia em nível global sem transformar o etanol em commodity?”, promovido pela Fenasucro & Agrocana TRENDS.
O responsável por destacar o potencial exportador do Brasil na área de biocombustível foi Pietro Adamo Sampaio Mendes, diretor de Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia.
“Somos o único país que possui a tecnologia que permite utilizar a proporção de 27,5% de etanol na gasolina e podemos levar isso para outros países. Temos o Renovabio, que conta com cerca de 80% da indústria de etanol credenciada, e estratégias de cooperações bilaterais com outras nações como a Índia”, avaliou.
Ele destacou ainda o programa Combustível do Futuro, criado pelo governo federal em abril deste ano, propondo medidas para incrementar o uso de combustíveis sustentáveis e de baixa intensidade de carbono. “Outros países também podem adotar o etanol para promover a descarbonização do setor de transportes, levando à sua comoditização, sem fechar o mercado apenas para uma rota tecnológica”, ponderou.
A mesma opinião foi defendida por Francis Queen, vice-Presidente de Etanol, Açúcar e Bioenergia da RAÍZEN. Segundo ele, o setor sucroenergético brasileiro possui condições plenas de atender à demanda mundial por etanol.
“Temos expertise de sobra, 400 usinas e mais de 50 mil fornecedores de bens e serviços. O setor tem muito a oferecer para países que querem não só o etanol combustível, mas o destinado a outros fins, como produção de plástico verde e de óleo para aviação”.
Biocombustível Brasil-Índia
Embaixador da Índia no Brasil, Suresh Reddy apontou o potencial dos dois países para suprir a demanda por etanol em escala mundial, principalmente por meio de ações cooperadas.
“Para se ter uma ideia, duas empresas indianas começaram a atuar nesse setor em áreas que equivalem ao território de três ou quatro países europeus. O mercado na Índia busca energia limpa para proteger o meio ambiente e a saúde das pessoas e ser cada vez mais sustentável. O etanol entra no cenário com um papel muito relevante”.
Nesse sentido, Pablo Di Si, presidente & CEO da Volkswagen América Latina, ressaltou que o etanol é o biocombustível com maior potencial de implementação rápida em comparação a outras fontes de energia.
“O etanol, se comparado com a gasolina, gera 86% menos emissões. A diferença é brutal. Você planta a cana e quase [todo o processo de produção do etanol] é renovável. E a velocidade para continuar essa jornada é super-rápida se comparada com a implantação de postos para abastecimento de carros elétricos. Eu colocaria essa expansão em etanol/biofuel porque o etanol funciona bem no Brasil e funcionará bem com algum componente misturado em alguns outros países, embora a base seja sempre etanol”, observou.
Tendo essa base, a tecnologia brasileira poderia ser exportada facilmente para outros países, impulsionada pelo avanço de pesquisas que permitam essa produção em escala.
“Temos que pensar no etanol, na célula de combustível. Ela pode ser transportada em contêiner e exportada para a Europa, a China. Como isso se dará, eu não sei. O que sei é que temos muita gente competente para fazer pesquisas de como chegar a isso aqui mesmo no Brasil”, concluiu.
FENASUCRO & AGROCANA
A 28ª FENASUCRO & AGROCANA (Feira Internacional da Bioenergia) será realizada entre 9 e 12 de novembro de 2021, no Centro de Eventos Zanini, em Sertãozinho (SP).
O evento é o único da América Latina que reune inovações e conteúdo técnico voltados à toda cadeia de produção da indústria de bioenergia, além de profissionais das indústrias de alimentos e bebidas, papel e celulose, transporte e logística e distribuidoras e comercializadoras de energia.
Brasil tem potencial de levar TEC do biocombustível para o mundo
A avaliação da capacidade do país de se tornar um exportador da tecnologia do biocombustível foi feita por representantes do governo e de grandes empresas
A indústria brasileira possui todas as condições para ser a principal exportadora de tecnologia para produção de biocombustível em escala mundial. Esse foi o cenário avaliado por representantes dos governos do Brasil e da Índia e dois executivos dos segmentos de produção e consumo brasileiros, durante o webinar “Como potencializar o uso de bioenergia em nível global sem transformar o etanol em commodity?”, promovido pela Fenasucro & Agrocana TRENDS.
O responsável por destacar o potencial exportador do Brasil na área de biocombustível foi Pietro Adamo Sampaio Mendes, diretor de Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia.
“Somos o único país que possui a tecnologia que permite utilizar a proporção de 27,5% de etanol na gasolina e podemos levar isso para outros países. Temos o Renovabio, que conta com cerca de 80% da indústria de etanol credenciada, e estratégias de cooperações bilaterais com outras nações como a Índia”, avaliou.
Ele destacou ainda o programa Combustível do Futuro, criado pelo governo federal em abril deste ano, propondo medidas para incrementar o uso de combustíveis sustentáveis e de baixa intensidade de carbono. “Outros países também podem adotar o etanol para promover a descarbonização do setor de transportes, levando à sua comoditização, sem fechar o mercado apenas para uma rota tecnológica”, ponderou.
A mesma opinião foi defendida por Francis Queen, vice-Presidente de Etanol, Açúcar e Bioenergia da RAÍZEN. Segundo ele, o setor sucroenergético brasileiro possui condições plenas de atender à demanda mundial por etanol.
“Temos expertise de sobra, 400 usinas e mais de 50 mil fornecedores de bens e serviços. O setor tem muito a oferecer para países que querem não só o etanol combustível, mas o destinado a outros fins, como produção de plástico verde e de óleo para aviação”.
Biocombustível Brasil-Índia
Embaixador da Índia no Brasil, Suresh Reddy apontou o potencial dos dois países para suprir a demanda por etanol em escala mundial, principalmente por meio de ações cooperadas.
“Para se ter uma ideia, duas empresas indianas começaram a atuar nesse setor em áreas que equivalem ao território de três ou quatro países europeus. O mercado na Índia busca energia limpa para proteger o meio ambiente e a saúde das pessoas e ser cada vez mais sustentável. O etanol entra no cenário com um papel muito relevante”.
Nesse sentido, Pablo Di Si, presidente & CEO da Volkswagen América Latina, ressaltou que o etanol é o biocombustível com maior potencial de implementação rápida em comparação a outras fontes de energia.
“O etanol, se comparado com a gasolina, gera 86% menos emissões. A diferença é brutal. Você planta a cana e quase [todo o processo de produção do etanol] é renovável. E a velocidade para continuar essa jornada é super-rápida se comparada com a implantação de postos para abastecimento de carros elétricos. Eu colocaria essa expansão em etanol/biofuel porque o etanol funciona bem no Brasil e funcionará bem com algum componente misturado em alguns outros países, embora a base seja sempre etanol”, observou.
Tendo essa base, a tecnologia brasileira poderia ser exportada facilmente para outros países, impulsionada pelo avanço de pesquisas que permitam essa produção em escala.
“Temos que pensar no etanol, na célula de combustível. Ela pode ser transportada em contêiner e exportada para a Europa, a China. Como isso se dará, eu não sei. O que sei é que temos muita gente competente para fazer pesquisas de como chegar a isso aqui mesmo no Brasil”, concluiu.
FENASUCRO & AGROCANA
A 28ª FENASUCRO & AGROCANA (Feira Internacional da Bioenergia) será realizada entre 9 e 12 de novembro de 2021, no Centro de Eventos Zanini, em Sertãozinho (SP).
O evento é o único da América Latina que reune inovações e conteúdo técnico voltados à toda cadeia de produção da indústria de bioenergia, além de profissionais das indústrias de alimentos e bebidas, papel e celulose, transporte e logística e distribuidoras e comercializadoras de energia.
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