Descubra mais sobre a trajetória e as perspectivas do empresário ribeirão-pretano Maurílio Biagi Filhoneste bate-papo!
Em seis décadas, o empresário ribeirão-pretano Maurílio Biagi Filho esteve ativamente envolvido em empresas de relevância nacional e diversas causas relacionadas ao agronegócio e ao desenvolvimento tecnológico, social e cultural, dentre outros. Essa intensa atuação na socioeconômica brasileira o transformou em uma figura de referência e fez de seu trabalho um legado para diversas gerações. Esse foi um dos temas que abordamos durante uma entrevista. Confira o bate-papo completo:
Seu sobrenome hoje é sinônimo de empreendedorismo graças ao seu trabalho e também pelo legado deixado pelo seu pai. Como foi assumir essa herança?
Você tem razão, mas esse legado foi, na verdade, construído por toda a família. Claro, faço parte dele e dei minha contribuição, que está computada aí. Fiz com muito empenho, porque é a continuidade de um legado edificado com muito trabalho há mais de 100 anos. Começou com o meu bisavô Natale Biagi, depois o avô Pedro, e meu pai Maurílio e todos os irmãos dele. Depois comigo, juntamente com os meus irmãos e meus primos, todos já agora com uma atuação grande da 5ª geração. Como vê, isso vem acontecendo de uma forma muito natural e, claro, com alguns percalços no caminho.
Quais os prós e os contras de herdar um legado como esse?
Não tem prós, nem contras. É algo que aconteceu e continua acontecendo com muita naturalidade, muito trabalho, muita dedicação de todos. Claro, esse legado só existe porque assumimos o protagonismo, tivemos e soubemos aproveitar as oportunidades, porque tivemos suporte e cumplicidade familiar um dos outros, e um pouco de sorte também, que é fundamental. Mas principalmente porque contamos com pessoas extraordinárias – no meu caso, sempre melhores que eu – trabalhando conosco.
A partir de que momento o senhor percebeu a responsabilidade daquilo que estava herdando e quando decidiu iniciar o seu próprio legado?
Essa percepção eu tive somente quando deixei de ser executivo, ou seja, de fazer parte da direção das companhias. Foi quando comecei a constatar que eu realmente tinha construído um legado, um exemplo de dedicação e de trabalho muito visível, claro e sólido, que aos poucos foi cada vez mais sendo conhecido e reconhecido – e eu agradeço por isso. Tudo aconteceu sem que eu percebesse, nunca havia pensando nisso, foi uma consequência natural. Nunca me considerei dono, apesar de parecer que sim, mas sempre me considerei um dos que faziam os negócios crescerem e progredirem. Quando eu liderava, era firme, tinha opinião, mas como me rodeava de pessoas melhores que eu, sempre ouvia todas as boas ideias e, quando as colocava em prática, dava crédito aos autores, aprendia com a experiência dos que me cercavam e nunca me conformei com mediocridade, no sentido literal da palavra, e sempre sonhando mais alto.
O senhor vê diferença entre sua atuação empresarial e nas ações sociais, ou acredita que uma é consequência da outra?
Não consigo conceber uma empresa que não tenha uma função social. Se ela não tem, não merece existir. A empresa tem que ter lucro sim, mas tem que obtê-lo atuando socialmente também. Foi o que aprendi e fiz minha vida inteira.
E como é o envolvimento da sua família nos negócios da holding Mabiusa? O quanto vocês dividem objetivos, expectativas e trabalhos?
É uma holding familiar, na qual todos estão envolvidos, uns mais, outros menos. Os papéis e funções de cada um atualmente são bem definidos, mas ainda não definitivos.
O senhor sempre apostou no etanol, apontando-o até como fonte renovável e limpa. Ainda acha que ele é o caminho para a sustentabilidade energética que o Brasil e o mundo precisam?
Mais que nunca! Hoje, isto está tão claro como o sol que brilha nos dias de céu azul. Só não enxerga quem não quer. Mesmo não estando tão envolvido agora, ficando mais de expectador, palpiteiro ou influenciador, como está na moda falar, acompanho as ações que estão fazendo nesse setor, que vem evoluindo muito. O setor canavieiro atingiu o que chamamos de ‘economia circular’ e aproveita-se tudo. Já o etanol é muito versátil. Ele pode ser usado em aeronaves agrícolas, na produção de bioplásticos, na aviação comercial através do SAF (Sustainable Aviation fuel) e em carros elétricos movidos a células de hidrogênio. Hoje, a diversificação da produção sucroenergética também é enorme. O uso da bioeletricidade gerada a partir do bagaço da cana mudou o cenário da matriz de energia renovável. Temos ainda o gás biometano e o Etanol de Segunda Geração (E2G) como exemplos para ampliar o uso dos subprodutos da cana, garantindo novas receitas e contribuindo ainda mais para a redução de emissões de carbono. Sem contar o potencial enorme que a própria lavoura de cana tem, de sequestro de carbono da atmosfera, que é fundamental para o desenvolvimento sustentável. Portanto, nunca o setor teve tantas oportunidades, mas, ao mesmo tempo, tantos desafios, e todos positivos, que dependem da nossa capacidade e competência para implementar as soluções.
Qual é o seu envolvimento na Agrishow como presidente de honra? Qual a sua avaliação sobre o impacto do evento nas discussões de sustentabilidade e desenvolvimento econômico?
Atualmente, a Agrishow traz muitas soluções para o desenvolvimento econômico sustentável. Ano a ano apresenta muitas inovações nesse sentido e vem conseguindo impactar positivamente o setor. A questão é que nem sempre as pessoas ou o mercado estão dispostos a investir, visto que, muitas vezes, as soluções que contribuem para a sustentabilidade encarecem o sistema de produção. Sem contar que tem diversos interesses em jogo que acabam atrasando a implantação dessas inovações. Quem não pensa nessas soluções e insiste em prosseguir em uma rota que foi fantástica e deu certo até umas décadas atrás está se autocondenando e levando consigo muitas vítimas.
Que legado Maurílio Biagi Filho pretende deixar para o futuro? Como gostaria de ser lembrado?
Eu estou em uma fase da vida que meu legado já foi construído durante minha trajetória até aqui. Entendo que daqui para frente tenho que ter o cuidado de preservá-lo. E é interessante que sempre descubro legados diferentes que deixei e que nem tinha percebido que tinham impactado as pessoas. É muito gostoso estar colhendo esses frutos hoje. Recebo constantemente fotos que me remetem a lembranças especiais, inclusive estou pensando em fazer um livro e nem sei se vou conseguir terminar, pois já está com 600 páginas e nem está na metade. Entrevistas como essa me remetem a pensar que o fato de ser perfeccionista está me atrapalhando muito nessa fase da minha vida. Mas gostaria de ser lembrado como um bom filho, um pai de família, um bom cidadão brasileiro, mas, principalmente, um bom cidadão ribeirão-pretano, uma pessoa que procurou se doar e se doou. Um homem que empreendeu, foi arrojado, corajoso e muito correto. Enfim, que cumpriu bem todos os papéis e missões que a vida o incumbiu. Que nunca foi egoísta, nunca foi argentário e acreditou na força do trabalho.
Life Zumm entrevista Maurílio Biagi Filho
Descubra mais sobre a trajetória e as perspectivas do empresário ribeirão-pretano Maurílio Biagi Filho neste bate-papo!
Em seis décadas, o empresário ribeirão-pretano Maurílio Biagi Filho esteve ativamente envolvido em empresas de relevância nacional e diversas causas relacionadas ao agronegócio e ao desenvolvimento tecnológico, social e cultural, dentre outros. Essa intensa atuação na socioeconômica brasileira o transformou em uma figura de referência e fez de seu trabalho um legado para diversas gerações. Esse foi um dos temas que abordamos durante uma entrevista. Confira o bate-papo completo:
Seu sobrenome hoje é sinônimo de empreendedorismo graças ao seu trabalho e também pelo legado deixado pelo seu pai. Como foi assumir essa herança?
Você tem razão, mas esse legado foi, na verdade, construído por toda a família. Claro, faço parte dele e dei minha contribuição, que está computada aí. Fiz com muito empenho, porque é a continuidade de um legado edificado com muito trabalho há mais de 100 anos. Começou com o meu bisavô Natale Biagi, depois o avô Pedro, e meu pai Maurílio e todos os irmãos dele. Depois comigo, juntamente com os meus irmãos e meus primos, todos já agora com uma atuação grande da 5ª geração. Como vê, isso vem acontecendo de uma forma muito natural e, claro, com alguns percalços no caminho.
Quais os prós e os contras de herdar um legado como esse?
Não tem prós, nem contras. É algo que aconteceu e continua acontecendo com muita naturalidade, muito trabalho, muita dedicação de todos. Claro, esse legado só existe porque assumimos o protagonismo, tivemos e soubemos aproveitar as oportunidades, porque tivemos suporte e cumplicidade familiar um dos outros, e um pouco de sorte também, que é fundamental. Mas principalmente porque contamos com pessoas extraordinárias – no meu caso, sempre melhores que eu – trabalhando conosco.
A partir de que momento o senhor percebeu a responsabilidade daquilo que estava herdando e quando decidiu iniciar o seu próprio legado?
Essa percepção eu tive somente quando deixei de ser executivo, ou seja, de fazer parte da direção das companhias. Foi quando comecei a constatar que eu realmente tinha construído um legado, um exemplo de dedicação e de trabalho muito visível, claro e sólido, que aos poucos foi cada vez mais sendo conhecido e reconhecido – e eu agradeço por isso. Tudo aconteceu sem que eu percebesse, nunca havia pensando nisso, foi uma consequência natural. Nunca me considerei dono, apesar de parecer que sim, mas sempre me considerei um dos que faziam os negócios crescerem e progredirem. Quando eu liderava, era firme, tinha opinião, mas como me rodeava de pessoas melhores que eu, sempre ouvia todas as boas ideias e, quando as colocava em prática, dava crédito aos autores, aprendia com a experiência dos que me cercavam e nunca me conformei com mediocridade, no sentido literal da palavra, e sempre sonhando mais alto.
O senhor vê diferença entre sua atuação empresarial e nas ações sociais, ou acredita que uma é consequência da outra?
Não consigo conceber uma empresa que não tenha uma função social. Se ela não tem, não merece existir. A empresa tem que ter lucro sim, mas tem que obtê-lo atuando socialmente também. Foi o que aprendi e fiz minha vida inteira.
E como é o envolvimento da sua família nos negócios da holding Mabiusa? O quanto vocês dividem objetivos, expectativas e trabalhos?
É uma holding familiar, na qual todos estão envolvidos, uns mais, outros menos. Os papéis e funções de cada um atualmente são bem definidos, mas ainda não definitivos.
O senhor sempre apostou no etanol, apontando-o até como fonte renovável e limpa. Ainda acha que ele é o caminho para a sustentabilidade energética que o Brasil e o mundo precisam?
Mais que nunca! Hoje, isto está tão claro como o sol que brilha nos dias de céu azul. Só não enxerga quem não quer. Mesmo não estando tão envolvido agora, ficando mais de expectador, palpiteiro ou influenciador, como está na moda falar, acompanho as ações que estão fazendo nesse setor, que vem evoluindo muito. O setor canavieiro atingiu o que chamamos de ‘economia circular’ e aproveita-se tudo. Já o etanol é muito versátil. Ele pode ser usado em aeronaves agrícolas, na produção de bioplásticos, na aviação comercial através do SAF (Sustainable Aviation fuel) e em carros elétricos movidos a células de hidrogênio. Hoje, a diversificação da produção sucroenergética também é enorme. O uso da bioeletricidade gerada a partir do bagaço da cana mudou o cenário da matriz de energia renovável. Temos ainda o gás biometano e o Etanol de Segunda Geração (E2G) como exemplos para ampliar o uso dos subprodutos da cana, garantindo novas receitas e contribuindo ainda mais para a redução de emissões de carbono. Sem contar o potencial enorme que a própria lavoura de cana tem, de sequestro de carbono da atmosfera, que é fundamental para o desenvolvimento sustentável. Portanto, nunca o setor teve tantas oportunidades, mas, ao mesmo tempo, tantos desafios, e todos positivos, que dependem da nossa capacidade e competência para implementar as soluções.
Qual é o seu envolvimento na Agrishow como presidente de honra? Qual a sua avaliação sobre o impacto do evento nas discussões de sustentabilidade e desenvolvimento econômico?
Atualmente, a Agrishow traz muitas soluções para o desenvolvimento econômico sustentável. Ano a ano apresenta muitas inovações nesse sentido e vem conseguindo impactar positivamente o setor. A questão é que nem sempre as pessoas ou o mercado estão dispostos a investir, visto que, muitas vezes, as soluções que contribuem para a sustentabilidade encarecem o sistema de produção. Sem contar que tem diversos interesses em jogo que acabam atrasando a implantação dessas inovações. Quem não pensa nessas soluções e insiste em prosseguir em uma rota que foi fantástica e deu certo até umas décadas atrás está se autocondenando e levando consigo muitas vítimas.
Que legado Maurílio Biagi Filho pretende deixar para o futuro? Como gostaria de ser lembrado?
Eu estou em uma fase da vida que meu legado já foi construído durante minha trajetória até aqui. Entendo que daqui para frente tenho que ter o cuidado de preservá-lo. E é interessante que sempre descubro legados diferentes que deixei e que nem tinha percebido que tinham impactado as pessoas. É muito gostoso estar colhendo esses frutos hoje. Recebo constantemente fotos que me remetem a lembranças especiais, inclusive estou pensando em fazer um livro e nem sei se vou conseguir terminar, pois já está com 600 páginas e nem está na metade. Entrevistas como essa me remetem a pensar que o fato de ser perfeccionista está me atrapalhando muito nessa fase da minha vida. Mas gostaria de ser lembrado como um bom filho, um pai de família, um bom cidadão brasileiro, mas, principalmente, um bom cidadão ribeirão-pretano, uma pessoa que procurou se doar e se doou. Um homem que empreendeu, foi arrojado, corajoso e muito correto. Enfim, que cumpriu bem todos os papéis e missões que a vida o incumbiu. Que nunca foi egoísta, nunca foi argentário e acreditou na força do trabalho.
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